Para Lamachia, que coordena a Campanha Nacional pela Dignidade dos Honorários, é pleito permanente da entidade a prerrogativa básica do advogado: a percepção justa da verba honorária.

Marcus Vinicius e Lamachia trataram do tema com o ministro Humberto Martins.
Após o ingresso da OAB como assistente em ação sobre a titularidade dos
honorários de sucumbência devidos a advogados empregados, o TST decidiu que são
devidos os valores, sem qualquer exigência ou necessidade de contrato escrito
que garanta o pagamento. Na ação, a OAB afirmou que “a independência é tão cara
à advocacia quanto à liberdade à democracia, e é preciso deixar claro que o
regime ao qual o advogado está submetido é o da responsabilidade, especialmente
para cumprir, com qualidade, os prazos”.
Segundo o vice-presidente nacional da entidade e coordenador da Campanha
Nacional pela Dignidade dos Honorários, Claudio Lamachia, a resposta foi
exemplar. “O TST foi justo em ratificar uma prerrogativa básica do advogado,
que é a percepção de sua verba honorária. O STF já teve entendimento semelhante
que mesmo o advogado empregado de determinado órgão ou instituição, seu labor e
sua independência profissional transcendem essas questões empregatícias de
vínculo. Ou seja, deve ser remunerado por um trabalho bem prestado”, frisou
Lamachia.
O presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, lembrou
que a regra aponta para o direito líquido e certo. “Desde 1994, quando entrou
em vigor o Estatuto da Advocacia, os honorários de sucumbência tornaram-se um
direito indiscutível do advogado, uma justa retribuição pelo esforço e êxito em
determinado processo. A relação estatutária ou de emprego não retira do
advogado sua isenção técnica e muito menos sua independência profissional”, explicou.
Para o presidente da Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas,
Leonardo Accioly, a decisão do TST comprova que honorários são direitos
irrefutáveis e não favores. “Essa foi uma importante decisão que garante a
dignidade da remuneração dos advogados empregados no Brasil. Creio que reafirma
a independência como característica essencial da nossa profissão”, argumentou
Accioly.
Reajuste dos honorários de dativos
Na última semana, em reunião com o corregedor-geral da Justiça Federal,
ministro Humberto Martins, Marcus Vinicius requereu a revisão e a adequação da
Resolução 558/2007, visando garantir o pagamento de honorários a advogados
dativos que militam na Justiça Federal.
O presidente do CFOAB lembrou ao corregedor que o advogado dativo,
atuando na defesa de um processo criminal perante a Justiça Estadual, aufere
honorários no valor de R$ 1,2 mil, enquanto em ação idêntica, tramitando na
Justiça Federal, permite o recebimento de R$ 507,17 – isso na hipótese do
magistrado federal arbitrar o valor máximo admitido na tabela. “Temos uma
realidade que mostra a Defensoria Pública da União ainda incipiente. A última
atualização dessa tabela dos advogados ad-hoc, dativos, foi feita em 2007.
Estamos há sete anos de inflação sem qualquer correção nesses valores, pois
esta defasagem gera um grande número de recusa por parte de advogados para
atuação dativa”, lembrou Marcus Vinicius.
O corregedor-geral da Justiça Federal, por sua vez, garantiu
encaminhamento imediato do pedido da OAB. “Despacharei com urgência o pedido da
Ordem à assessoria da Corregedoria. Na maior brevidade de tempo, iremos dar uma
solução ao caso. Evidentemente, entendemos a posição da OAB, pois trata-se de
muito tempo sem correção da tabela, sem qualquer majoração. São valores
obsoletos”, disse o ministro.
Martins justificou que o ideal é que haja uma igualdade entre os agentes
da Justiça. “Na minha concepção, enxergo advogados, juízes e membros do
Ministério Público em uma linha horizontal, com equidade”, completou. O
corregedor lembrou que envia à OAB Nacional e ao Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), mensalmente, relatório das atividades da Corregedoria-Geral da Justiça
Federal.
Conforme Lamachia, a medida é fundamental para a classe, tendo em vista
que os valores atuais não estão compatíveis com a dignidade da advocacia.
“Muitos profissionais atuam como dativos, sendo advogados privados trabalhando
em causas de defesa de cidadãos em situação de vulnerabilidade social.
Seguiremos trabalhando fortemente, em conjunto com as seccionais, para evitar
que valores irrisórios sejam praticados ou que o pagamento não se realize”,
ressaltou o coordenador da Campanha Nacional pela Dignidade dos Honorários.
Com informações do CFOAB.
Rodney Silva - Jornalista – MTB 14.759
Fonte: www.oabrs.org.br
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